AS SETE LAGRIMAS DE UM PRETO-VELHO

Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando seu cachimbo, um triste preto velho chorava. De seus “olhos” molhados, esquisitas lágrimas pelas faces e seis porque contei – as… Foram sete. Na incontida vontade de saber aproximei – me e o interroguei: fala meu preto velho, diz ao teu filho por que externas assim um tão visível dor? E ele suavemente respondeu: estás vendo esta multidão que entra e sai? As lagrimas contadas estão distribuída a cada uma delas.

A PRIMEIRA, eu dei a estes indiferentes que aqui vem à busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber…

A SEGUNDA , a esses eternos duvidosos que acreditam , desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.

A TERCEIRA, distribui aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda, em busca de vingança, desejando sempre prejudica a um seu semelhante.
A QUARTA, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar – se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão:

A QUINTA, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: creio no umbanda, nos teus caboclos e no teu zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.

A SEXTA, eu dei aos fúteis que vão de centro em centro não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.

A SETIMA, filho, nota como foi grande e como deslizou pesada? Foi a ultima, aquele que vive nos “olhos” de todos os orixás. Fiz doação dessas aos médiuns vaidosos que só aparecem no centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo materno e espiritual

Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma. As sete 
                                      Lágrimas de um preto velho.                                       

 

PRETOS VELHOS 

 

Pretos-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".

São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda,rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.

São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.

Os Pretos Velhos: Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência.

Os Pretos Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:

As Crianças – chamadas eres, ou ibejis, representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil.

Os Caboclos – onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado.

Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.

Ficheiro:Pretos velhos.png

Casal de Pretos-Velhos

A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Jesus (Oxalá). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.

A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.

Os Pretos Velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões Afro-Brasileiras. O Preto Velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o cachimbo.

Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó[1], Pai Benedito[2], Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, dentre outros.

Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.

Os pontos servem para saudar a presença das entidades, diferentemente do que geralmente se pensa, não foram feitos para chamar, masim para agradecer a presença, como um "Olá"

Pai Benedito de Aruanda Historia e Poema


Meu bondoso Preto-Velho!Aqui estou de joelhos, agradecido contrito, aguardando sua benção.Quantas vezes com a alma ferida, com o coração irado, com a mente entorpecida pela dor da injustiça eu clamava por vingança, e Tu, oculto lá no fundo do meu Eu, com bondade compassiva me sussurravas ESPERANÇA.Quantas vezes desejei romper com a humanidade, enfrentar o mal com maldade, olho por olho, dente por dente, e Tu, escondido em minha mente, me dizias simplesmente:” Sei que fere o coração a maldade e a traição, mas, responder com ofensas, não lhe trará a solução. Pára, pensa, medita e ofereça-lhe o perdão. Eu também sofri bastante, eu também fui humilhado, eu também me revoltei, também fui injustiçado.Das savanas africanas, moço, forte, livre, num instante transformado em escravo acorrentado, nenhuma oportunidade eu tive. Uma revolta crescente me envolvia intensamente, por que algo me dizia, que eu nunca mais veria minha Aruanda de então, não ouviria a passarada, o bramir dos elefantes, o rugido do leão, minha raça de gigantes que tanto orgulho tivera, jazia despedaçada, nua, fria, acorrentada num infecto porão.Um ódio intenso o meu peito atormentava, por que OIÀ não mandava uma grande tempestade? Que Xangô com seus raios partisse aquela nave amaldiçoada, que matasse aquela gente, que tão cruel se mostrara, que até minha pobre mãezinha, tão frágil, já tão velhinha, por maldade acorrentara. E Iemanjá, onde estava que nossa desgraça não via, nossa dor não sentia, o seu peito não sangrava? Seus ouvidos não ouviam a súplica que eu lhe fazia? Se Iemanjá ordenasse, o mar se abriria, as ondas nos envolveriam; ao meu povo ela daria a desejada esperança, e aos que nos escravizavam, a necessária vingança.Porém, nada aconteceu, minha mãezinha não resistiu e morreu; seu corpo ao mar foi lançado, o meu povo amedrontado, no mercado foi vendido, uns pra cá, outros pra lá e, como gado, com ferro em brasa marcado.Onde é que estava Ogum? Que aquela gente não vencia, onde estavam as suas armas, as suas lanças de guerra? Porém, nada acontecia, e a toda parte que olha, somente um coisa via… terra.Terra que sempre exigia mais de nossos corpos suados, de nossos corpos cansados.Era a senzala, era o tronco, o gato de sete rabos que nos arrancava o couro, era a lida, era a colheita que para nós era estafa, para o senhor era ouro.Quantas vezes, depois que o sol se escondia, lá no fundo da senzala, com os mais velhos aprendia, que no nosso destino no fim não seria sempre assim, quantas vezes me disseram que Zambi olhava por mim.Bem me lembro uma manhã, que o rancor era grande, vi sair da casa grande, a filha do meu patrão. Ingênua, desprotegida, meu pensamento voou: eis a hora da vingança, vou matar essa criança, vou vingar a minha gente, e se por isso morrer, sei que vou morrer contente.E a pequena caminhava alegre, despreocupada, vinha em minha direção, como a fera aguarda a caça, eu esperava ansioso, minha hora era chegada. Eu trazia as mãos suadas, nesse momento odioso, meu coração disparava, vi o tronco, vi o chicote, vi meu povo sofrendo, apodrecendo, morrendo e nada mais vi então. Correndo como um possesso, agarrei-a por um braço e levantei-a do chão.Porém, para minha surpresa, mal eu ergui a menina, uma serpente ferina, como se fora o próprio vento, fere o espaço, errando, por minha causa, o seu bote tão fatal; tudo ocorreu tão de repente, tudo foi de forma tal, que ali parado eu ficara, olhando a serpente que sumia no matagal.Depois, com a criança em meus braços, olhei meus punhos de aço que a deviam matar… olhei seus lindos olhinhos que insistiam em me fitar. Fez-me um gesto de carinho, eu estava emocionado, não sabia o que falar, não sabia o que pensar.Meus pensamentos estavam numa grande confusão, vi a corrente, o tronco, as minhas mãos que vingavam, vi o chicote, a serpente errando o bote… senti um aperto no coração, as minhas mãos calejadas pelo machado, pela enxada, minhas mãos não matariam, não haveria vingança, pois meu Deus não permitira que morresse essa criança.Assim o tempo passou, de rapaz forte de antes, bem pouca coisa restou, até que um dia chegou e Benedito acabou…Mas, do outro lado da morte eu encontrei nova vida, mais longa, muito mais forte, mais de amor e de perdão, os sofrimentos de outrora já não importam agora, por que nada foi em vão…Fomos mártires nessa vida, desta Umbanda tão querida, religião do coração, da paz, do amor, do perdão”.
Que assim seja 

  

OS PRETOS-VELHOS NOS TRABALHOS ESPIRITUAIS DE UMBANDA:

Nos trabalhos espirituais os médiuns incorporam entidades com diversos níveis de evolução, níveis evolutivos esses que se dividem em 3:
AS CRIANÇAS:
São chamadas de eres ou ibejis.
Representam a pureza e a inocência.
OS CABOCLOS:
Nestes incluem-se os boiadeiros, caboclos e caboclas. Representam a força e a coragem. Apresentam a forma de um adulto.
OS PRETOS VELHOS:
 Nestes se incluem os tios e tias, pais e mães, avôs e avós, todos na sua forma idosa, que representa o conhecimento e sabedoria, a fé.
 
NOMES DE ALGUNS PRETOS-VELHOS:
Os Pretos-Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Avó, Avô, no entanto são todos Pretos-Velhos, sendo que, os que são tratados por vovô ou vó são os mais velhos.
Os Pretos-Velhos apresentam-se com nomes que permitem identificar a sua nação de origem, tal como acontecia na época da escravidão (ex. Guiné, Moçambique…), seu orixá regente, evidenciando a sua actuação propriamente dita. Assim temos:
- Aruanda:
Ex. Pai Francisco de Aruanda.
Aruanda significa “céu”. Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Oxalá.
- Calunga, Cemitério ou das Almas:
Ex: Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas.
Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Omulu/Obaluayê.
- Congo:
Ex. Pai Francisco do Congo.
Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Iansã.
- D’Angola:
Ex. Pai Francisco D’Angola.
Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Ogum.
- Matas:
Ex: Pai Francisco das Matas.
Refere-se a Pretos-Velhos activos na linha de Oxóssi.
Os Pretos-Velhos masculinos, nomeadamente são:
 Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Pai Jacó, Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Pai Maneco, Pai Mané,  Pai António, Pai Cipriano, Pai Roberto, Pai Tomás, Pai Guiné, Pai Jobim, Velho Liberato…
Os Pretos-Velhos femininos, nomeadamente são:
Maria Conga, Vó Catarina, Mãe Maria, Mãe Cambina; Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Mãe Cambinda, Vó Cecília, Vó Quitéria, Vó Ana….
 
 
 

 

 

 

Raiz de Pai Guiné

SOBRE O AUTOR E OBRAS
Woodrow Wilson da Matta e Silva (1917-1988), Mestre Yapacany. Grão-
Mestre e fundador da “Umbanda Esotérica”, foi o médium que mais serviços
prestou ao Movimento Umbandista. Revelou a Umbanda como sendo, em sua
expressão mais elevada, o “AUMBHANDAN”, Conjunto ou Código de Leis
Divinas.
Autor de nove obras, escritas sob a influencia dos altos mentores da Corrente
Astral de Umbanda, fundamentou profundos aspectos metafísicos, esotéricos,
mágicos etc., tanto práticos como teóricos, sobre Umbanda, destacando-a tanto
do grupo dos “cultos africanos” ou Candomblés, como das “macumbas”, do
sincretismo Católico Romano e do sistema Espírita ou Kardecista.
Sua obra principal e mais conhecida é “Umbanda de Todos Nós”, considerada
até mesmo a “bíblia da Umbanda”, epíteto cuja explicação se encontra no fato de
que esta obra foi a primeira a expor os verdadeiros fundamentos da Lei e
Doutrina de Umbanda, tornando-se, desde sua publicação em 1956, um guia
seguro para milhares de adeptos umbandistas.
 

 

 

 

 

Para todos os mediuns de Umbanda, sabemos como o desenvolvimento é difícil…. Ah, é realmente difícil, quando fazemos a comunicação não sabemos se estamos loucos ou nos deixamos envolver pela emoção de ouvir o som dos atabaques e começar a soltar o corpo.

- Será que sou eu? Estou ouvindo tudo… Nossa, que vergonha, o que estou fazendo?

Esses e outros diálogos são muito comuns no início do desenvolvimento umbandista, inicia-se aquele aglomerado de dúvidas, de incertezas fazendo com que não tenhamos mais convicção daquilo que queremos, muitas vezes pensei em desistir, porque achava que estava ficando maluco ou estava fingindo. Como realmente é difícil o desenvolvimento.

Mas de repente, você vendo tudo aquilo acontecer e o seu sacerdote lhe designa para um passe, de repente, você começa a agir e segurar a boca, comumente ouvimos “Não tenho permissão para falar”, mas você está ali, dando o seu passe.

De repente você percebe que a pessoa sai melhor, hummmm… Será que foi eu?

Mais para frente, vem um pessoa em sua frente, e como que num passe de mágicas, você começa a falar o que está acontecendo na vida dela… Logo vem em sua cabeça:

- Ué gente, além de louco, virei adivinho… Mas que raios to falando tudo dessa mulher?

De repente o consulente fica mais íntimo, se abre mais, se sente mais à vontade e inicia-se o diálogo, quando acaba o trabalho, você começa a se perguntar que acontecimento foi aquele.

Depois de alguns meses, volta aquele consulente:

Obrigado Sr. Guia, aconteceu tudo aquilo, confio muito em vós, minha filha está doente, o Sr. consegue dar uma olhada?

De repente está lá você novamente, vendo tudo…. Suas mãos sobre o local enfermo, utilizando vela, pemba, mel, seja lá o que for, de repente a dor do consulente se dissipa, ele sai melhor e novamente você recebe o agradecimento.

- É, acho que realmente estou com alguma coisa! Já falei coisas que eu não sabia, agora estou até curando… Graças a Deus, realmente acho que estou incorporado.

E assim sucessivamente ocorre, gradativamente você começa a aumentar sua certeza de que realmente você está incorporado e fazendo o seu trabalho de forma consciente ou semi-consciente sempre amparado pelo seu mentor.

Esse processo pode demorar semanas, dias e anos, dependendo da dedicação do medium, mas o produto final é sempre o mesmo, a caridade concedida e a graça alcançada.

O que é a pemba e para que serve?

PAI VELHO – Pemba era um giz de fabricação especial, obtido através de um rito ou cerimônia. Passava de geração a geração e servia para grafar determinados sinais cabalísticos ou mágicos, com as mais diferentes significações, os quais variavam desde o nome da entidade que os firmava até às ordens astrais, envolvendo as mais diversas classes de entidades. De modo geral, porém, os sinais riscados pela pemba eram para uso de magia.


ZIVAN – Qual é o verdadeiro valor oculto, ou de imantação, da pemba?



PAI VELHO – Nenhum, pois o valor e a finalidade não estão no giz, e sim nos sinais grafados. O giz comum serve perfeitamente para o fim a que se destina: é inclusive mais barato e econômico.

    A grande quantidade de pembas preconizadas para esse ou aquele fim é pura especulação comercial, sem o mínimo valor cerimonial ou oculto. Risca-se ponto demais. Com pembas ditas de Angola, do Congo, da Costa e de Moçambique. Os pontos autênticos das verdadeiras entidades são raros.


    Sabendo que a magia não está na pemba e sim nos sinais que a entidade firmou, vamos apreciar o assunto em seus menores detalhes.


    O Ponto Riscado, ou a Grafia do Orixá, é uma ordem escrita a uma série de entidades, desde os espíritos da natureza aos Exus e até a espíritos sensíveis às figuras geométricas.

    O ponto completo obedece a sete sinais positivos que o identificam:


A que vibração primordial-forma pertence a entidade: caboclo, preto-velho ou criança;

A que linha pertence, dentro das sete fundamentais;

A falange ou subfalange, bem com o grau hierárquico dentro dos três planos de manifestação: Orixá, do Guia ou do Protetor;

Planeta regente e signo zodiacal;

Cor Fluídica Esotérica;

Elemento que manipula, figura geométrica, corrente cósmica e metal correspondente;

Entidades que comanda, quer as chamadas naturais, humanos ou não e artificais.

     Além desses sinais positivos existem os negativos, ocultos.


    O ponto riscado é a própria história da entidade e dos auxiliares que a acompanham em seus trabalhos. É através dele que também podem ser efetuadas todas as fixações de magia, as ordens a uma série infindável de espíritos, obedecidas religiosamente. Traçado de pemba é coisa muito séria e pode, inclusive, pela leviandade de se riscar pontos sem o mínimo conhecimento, desencadear as mais imprevisíveis forças, às vezes com conseqüências irremediáveis.

    A questão dos pontos é tão importante que todos têm nas palmas das mãos o selo dos Orixás responsáveis pelos destinos de cada um, como dizem os estudiosos da Quiromancia.

 


  - RELIGIÃO UMBANDA “A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe." (H. Jackson Brownk) Nenhum mistério resiste à fragilidade da luz.Conhecer a Umbanda é conhecer a simplicidade do Universo. A Umbanda crê num Ser Supremo, o Deus único criador de todas as religiões monoteístas. Os Sete Orixas são emanações da Divindade, como todos os seres criados. O propósito maior dos seres criados é a Evolução, o progresso rumo à Luz Divina. Isso se dá por meio das vidas sucessivas, a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento. Existe uma Lei de Justiça Universal que determina, a cada um, colher o fruto de suas ações, e que é conhecida como Lei de Ação e Reação. A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e a cada um devemos fazer o que gostaríamos que a nós fosse feito. A Umbanda possui uma identidade própria e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles A Umbanda está a serviço da Lei Divina, e só visa ao Bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém, ou se utilize de magia negativa, não é Umbanda. A Umbanda não realiza, em qualquer hipótese, o sacrifício ritualístico de animais, nem utiliza quaisquer elementos destes em ritos, oferendas ou trabalhos. A Umbanda não preceitua a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas, e sua reverência às Forcas da Natureza implica em preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra. Todo o serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimento, consultas ou trabalhos mediúnicos. Quem cobra por serviço espiritual não é umbandista. -   

  - Os grandes Pretos e Pretas Velhas! São considerados dentro da Umbanda e até mesmo dentro de certas casas de Candomblé, como as grandes almas conhecedoras da espiritualidade e da religião em si. Contam as lendas que quando os holandeses e portugueses decidiram trazer a mão de obra escrava para trabalhar nas terras brasileiras (pois a quatequese e o trabalho indígena não tinham dado certo) os negros e negras que vieram das terras africanas, trouxeram com eles uma cultura muito forte e uma reli gião que aqui se firmou e acabou criando as bases para a única religião 100% brasileira, a Umban da. Com a vinda dos negros para o Brasil, trouxeram culturas de várias nações ainda hoje existentes (gegê, marrim, angola, nagô, jejá e ketu) outras se perderam com o tempo e com a falta de pós e ervas para o seu culto. O desembarque dos negros aqui no Brasil se deu em várias regiões, principalmente na Bahia, mas houveram desembarques também em terras Paranaenses, Mineiras, Porto Alegrenses, São Paulinas e Fluminenses. Mas por razão desconhecida se firmou com muita força nas terras do Norte, onde a pre sença até hoje é muito forte. Esses desembarques em locais e terras diferentes explica uma das contradições mais discutidas dentro das Nações do Candomblé e da própria Umbanda. Com o desembarque nas terras brasileiras, a catequese por parte dos portugueses e ho landeses foi marcante, obrigando os africanos a se dedicarem única e exclusivamente a religião predominante na época, o Catolicismo. Os africanos eram obrigados a jurar lealdade e amor a religião que fora imposta a eles. Mas por mistérios até hoje desconhecidos, tiveram a idéia de ligar os orixás que cultuavam aos santos da igreja católica, fazendo assim um altar com santos e santas para agradar aos senhores de engenho, mais por baixo das imagens (a maioria de barro) existiam os axés e assentamentos dos orixás que por eles eram cultuados. A partir desse momento nasce o Sincretismo. Para os africanos Ogum era o deus da guerra na África, fazendo a ligação a São Jorge e assim sucessivamente. Mas enquanto os africanos atribuiam Ogum a São Jorge nas terras do Sul, no Norte a atribuição era dada a São Sebastião e a Santo Antônio (dois santos também muito guerreiros e que viveram na mesma época de São Jorge). Dai aconteceram as mudanças de sincretismo, existentes até hoje. No ano de 1908 (data de fundação da Umbanda) os espíritos que trabalhavam em uma linha chamada linha branca (exus, caboclos, pretos velhos e catimbozeiros) decidiram fundar uma religião que fugisse aos costumes Candomblecistas, que não promovesse holocaustos e que teria a função básica de cultuar somente os orixás cujo sincretismo já existia, e que prestasse acima de tudo a caridade. Funda-se a Umbanda tendo como grande mentor o Caboclo das 7 encruzilhadas (ver o link caboclos ). Hoje dentro da Umbanda, demonstram a grande Lei do Criador levando em frente a pas sagem "Ama ao próximo como a ti mesmo". Hoje depois de anos de sofrimento e castigos, vem dentro de Umbanda e prestam a caridade absoluta, esquecendo por completo a encarnação de dor e de miséria pela qual passaram. São espíritos puros e ocupam a mais alta patente dentro de Umbanda, são grandes guias e mentores espiriuais. Comandam casas de santo com sapiência e astúcia pouco vista. Não tem correntes, e hoje são espíritos que dominam todas as linhas e co nhecem como ninguém os feitiços e macumbas do santo. Rodam o mundo e tem a permissão de Deus para entrar e sair de qualquer mundo ou lugar. Fumam cachimbos e fumos de palha e bebem seu vinho tinto, café sem açucar e água da chuva. Dentro de Umbanda podemos citar: Pai Joaquim, Pai José, Pai jacó, Pai Manoel, Velho Chico, Pai Guiné, Rei Congo, Pai Congo entre outros. As pretas velhas mais conheci das são: Vovó Maria Conga, Vovó Rosa, Vovó Maria Rita, Vovó Cambida, Vovó Catarina, Vovó Benedita entre outras. Louvado sejam as almas benditas do cativeiro!!! -